Estavas na nova casa a cheirar a sol.
Gostei de ver o verde a atapetar todo o corpo do quintal
Era um quintal de arcadas que faziam do corpo da casa onde
habitavas o sétimo piso, duma mansão em forma de torreão a avistar o doce Tejo
que quase te vinha beijar os pés.
Gostei de ver os pequenos arranjos ao teu jeito e o desvelo
de quem cuida da sua propriedade.
Gostei de ver que quase em passe de mágica conseguiste
salpicar o ar do quente cheiro de lar.
O teu.
Gostei de ver, e do passeio pelas veredas do prado de onde
alcancei mundos com o olhar de dentro do peito.
Depois veio a conversa saborosa que cavalgou da contracapa
dos livros da Anita, para as histórias de nunca acabar que nos levaram até ao mistério dos enigmas, o valor do trabalho de equipa, a coragem e a sabedoria, o Fort Boyard, onde cresceram os vossos sonhos.
Escutei-te quase já sem te conseguir ver com a névoa teimosa
da emoção a fazer outro brilho no fundo escuro dos meus olhos onde couberam
todos os passos e vozes e cheiros e medos ,suspenses e risos que vinham dos
livros e da caixa mágica à frente do sofá da sala onde cabiam os nosso
corações.
Gostei deste novo começo.