Nós, os frutos

Tu e a tua perspicácia… És fantástico, filho.
Claro que esta fica para a história. As nossas estórias.
Assim naquelas conversas de fim de dia trouxeste essa nova.
Foi bonito… e bemdisposteou o serão que se esticou. Então dizias tu que eras mesmo…
Banana. Bem essa foi uma metida de brincadeira, claro. Mas foi o que te disseste. Pensando bem, fora os atributos de lugares comuns é fruto de excelência…
Kiwi. E aí a descrição: - Diferente. A marca da diferença. Claro que primeiro se estranha… a pele, o gosto ácido doce, as sementinhas… gosta-se ou aprende-se a gostar… depois, adora-se ou detesta-se. Era assim que vias o mano caçula. Estava dentro do perfil, concordamos depois, entre o gargalhar de comentários.
Laranja. Seguia-se a filhota. Às vezes ácida. Às vezes doce. Gosta-se assim mesmo. De uma, ou de outra forma. É preciso saber apreciar. Come-se, gomo… a gomo. É mesmo preciso saber… apreciar.
Coco. A mãe. Eu, mesma.E vinha a explicação que desfazia o sobrolho franzido da minha interrogação para rasgar o sorriso da minha concordância. Assim nos me viam. Era dura, aparência áspera, mas ao toque macia. Misteriosa, não deixando antever o interior, que se acharia finalmente macio, tenro, saboroso e doce. Alimento reconfortante.
Éramos assim. Nós, os frutos.

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