agarra que é gatuno - VI

a maca continuou até à hora em que os rebentos de sol se tinham agigantado e transformado em ramos fortes aquecendo o ar, lembrando que já era mais que hora dos homens saírem para os empregos e as crianças para a escola. o tempoi de manhã passava depressa e logo logo, as mulheres deveriam ter o almoço pronto para os seus maridos e filhos. se bem que a cdriadagem já tivesse largasc recomendações nesse sentido. à essa hora no céu o sol como um grande imbondeiro obrigava a que largasse os sapatos à entrada de casa se ligasase a ventoinha e se refrescassem as gargantas secas com o estender do braço para a porta da geleira instalada na sala, procurando a bebida mais à mão. assim, um a um, roupão ou bata simples, iam para suas casas dada a hora adiantada.
a mãe limpou as palmas das mãos suadas nas ancas redondas e levou-nos para dentro. o pai acompanhou-a em silêncio.
a polícia não encontrou o ladrão. também ninguém ousou acusar-nos directamente porque afinal o pai sempre gozava do estatuto de mulato filho de branco, e por outro lado o vizinho senhor polícia não ía encobrir caso fosse verdade, não é?...

maio de 85 / Março - Abril de 99

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